terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A Importância da Conservação e Reabilitação

A importância da reabilitação dos edifícios antigos surgiu com a necessidade de preservar e conservar o património arquitectónico. Inicialmente foram os edifícios monumentais que mereceram, de uma forma mais marcante, a atenção no que diz respeito à sua reabilitação, no entanto, e com o passar do tempo, a reabilitação dos edifícios voltou-se não só para os edifícios monumentais, mas também para os edifícios habitacionais, industriais e comerciais que, isoladamente ou, ainda mais em conjunto, ajudam a entender e representar as formas como ao longo do tempo o Homem se organizou, viveu e trabalhou.
De uma forma geral, pode dizer-se que a conservação e reabilitação dum edifício englobam uma série de trabalhos anteriores à propriamente dita reconstrução do edifício. Ou seja, é necessário identificar as anomalias patentes no edifício, conhecer as suas possíveis causas, o tipo de material utilizado na construção inicial do edifício de modo a analisar as anomalias que afectam esses materiais. Posteriormente, é necessário estudar as formas possíveis de intervir na reparação dessas anomalias de modo a manter a sua funcionalidade e principalmente o seu valor e arquitectura original. Por isso, torna-se indispensável avaliar, do ponto de vista arquitectónico, a utilização de certos materiais que iriam diferenciar-se da arquitectura original e de certo modo desvaloriza-la. Desta forma, quando se trata de edifícios de valor histórico e cultural, com materiais e técnicas de construção antigas que é necessário preservar, implica que as soluções de reparação sejam pouco intrusivas. Uma boa coordenação entre todos os intervenientes e conhecimentos adequados conduzirão à escolha da melhor solução. Esta actividade implica um conhecimento profundo das construções existentes, nomeadamente o levantamento, caracterização de edifícios e estruturas correntes, controlo de qualidade da sua construção ou das intervenções nele realizadas e diagnósticos das anomalias por eles apresentadas, implicando métodos não destrutivos ou reduzidamente intrusivos de inspecções e ensaio.
A reabilitação de edifícios antigos não foi desde sempre tomada como importante na sociedade, mas actualmente, e cada vez mais, lhe é dada a importância necessária para que seja objecto de inúmeros estudos e aprofundamento de conhecimentos, assistindo-se a uma crescente importância da manutenção e reabilitação de construções existentes, trazendo esta inúmeras vantagens económicas, sociais, ambientais e culturais para o país.
Ao reabilitar um edifício, ao invés de fazer uma nova construção, mantêm-se referências essenciais para a caracterização do país, bem como um significativo recurso económico dada a crescente importância do turismo cultural, uma vez que a demolição dos edifícios antigos contribuiria para uma descaracterização e desvalorização, perdendo-se um conjunto de referências sobre a nossa identidade.
Além disso, e uma vez que a construção é uma das actividades com maior impacto ambiental, ao reabilitar, reduzimos degradações graves da paisagem, património natural e frequentemente património cultural e, inevitavelmente, melhoramos a qualidade de vida, uma vez que entre os impactos ambientais podemos salientar os que incidem sobre a qualidade do ar e da água, os que envolvem ruídos e vibrações, perda de solo vegetal, contaminação de solos e a destruição da fauna e flora.

Intervenções Necessárias para uma boa Reabilitação
As intervenções de reabilitação ou restauro devem ser alvos de estudos preliminares minuciosos, quer no caso de monumentos, quer dos conjuntos arquitectónicos ou lugares de interesse público, histórico, arqueológico, científico.
Nestas intervenções deve-se ter em conta um vasto leque de especialidades como a história, topografia, geologia, física, química, arquitectura, engenharia, urbanismo, paisagismo entre outros.
Em qualquer tipo de intervenção deve-se utilizar uma equipa especializada, composta por elementos interdisciplinares, como e referido na Carta de Veneza para que se possa interligar as várias ciências e diferentes técnicas para se obter um estudo de qualidade para a salvaguarda do património monumental, ou de interesse Histórico – Arquitectónico.
Etapas necessárias para uma boa reabilitação
- Inspecção “in situ” do Edifício –
Na inspecção deve-se fazer uma primeira análise da geometria, da estrutura, organigrama funcional, e uma análise geral do ambiente a manter e as respectivas acções para a reabilitação para se obter elevadas condições de habitabilidade e a respectiva análise do estado de deterioração dos elementos construtivos.
- Levantamento Arquitectónico Rigoroso -
Deve-se fazer um levantamento rigoroso dos pormenores do edifício, assinalando as diferentes épocas de construção de origem e as obras que foram realizadas ao longo da vida do edifício.
- Levantamento do Historial do edifício -
Deve-se registar fotograficamente todos os elementos que registem anomalias para posterior análise, dos pormenores construtivos.
- Registo Fotográfico completo do edifício -
Deve-se analisar as obras que o edifício sofreu, com as suas respectivas alterações, todos os projectos submetidos a licenciamento, diferentes técnicas construtivas nessas obras e as diferentes utilizações ao longo da sua vida.
- Levantamento Construtivo -
Realizar um levantamento rigoroso de todas as técnicas de construção presentes no edifício.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bom artigo,esperemos publicar mais posts acerca de outras áreas da engenharia para breve...