quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Humidade e degradação nos edifícios

A problemática da água e da sua infiltração nos edifícios têm uma enorme importância na actualidade da construção e reabilitação de edifícios antigos.
A humidade pode estar presente nas construções por diversas causas, das são mais comuns as seguintes:
· humidade proveniente do subsolo, atraída para as alvenarias por capilaridade ou pelas forças electrico-osmóticas.
· Humidade de construção (existente nos edifícios muito antigos quando a espessura das paredes são muito grandes e, por consequência, as argamassas aéreas, contidas nas camadas mais interiores e não tocadas pelo anidrido carbónico do ar, ainda não completaram a sua presa, permanecendo no estado mole).
· A humidade da atmosfera, que pode condensar nos materiais ou nas superfícies.
· A chuva, não suficientemente recolhida e afastada, que penetra nas alvenarias em quantidades diversas.
· A humidade consequente de causas imprevistas, tais como roturas de canalizações, condutas pluviais, reservatórios de água…

Acção da humidade sobre as alvenarias:
· Degradação das superfícies quando essa água congela; em tais condições, aumenta o seu volume, exercendo uma forte pressão sobre a superfície dos poros, provocando a separação de elementos superficiais.
· A quantidade de água contida, com os bem notados inconvenientes de natureza higiénica e económica (bolores, despesas com aquecimento…
· Formação de manchas ou de eflorescências, as quais, a longo prazo, provocam o destacamento de materiais dos paramentos.

Humidade proveniente do subsolo:
É a principal causa das manifestações de humidade nas alvenarias velhas, nos andares em cave e mesmo a níveis ligeiramente superiores ao do terreno ou da via pública. A entrada e o espalhamento deste tipo de humidade são devidos essencialmente ao fenómeno físico da capilaridade. Pode-se caracterizar, por isso, como um fenómeno que se manifesta por forma inversa à gravidade.
· A altura da subida da água é, assim, inversamente proporcional ao diâmetro dos poros do material de construção usado.
· Por cada m3 de alvenaria é possível, assim, que sejam retidos até 300 kg de água.

Características da humidade proveniente do terreno:
· Pode ser alimentada por água acidentalmente espalhada no terreno ou pela camada freática.
Em casos deste género, é necessário realizarem-se investigações específicas:
· Efectuando-se escavações ao redor do perímetro da parede húmida;
· Controlando-se os poços, as cisternas e os esgotos vizinhos, de forma a se descobrirem eventuais perdas;
· Verificar se a água meteorológica é convenientemente escoada de forma apropriada.

Danos típicos provocados pela humidade ascendente:
· Manchas na base das construções;
· Destruição dos rebocos e da argamassa de ligação, pela formação de sulfatos e pela sua consequente subida;
· Formação de bolores;
· Aumento da dispersão de calor proveniente do interior do edifício;
· Alvenarias das paredes mais frias onde se verificam com muita facilidade fenómenos de condensação;
· Ambiente insalubre;
· Destacamento das camadas superficiais nalgumas pedras e no tijolo, por efeito da cristalização de sais.

Humidade atmosférica:
· O ambiente atmosférico que rodeia um edifício contém uma certa quantidade de água pelo que, passado um certo tempo após a conclusão dos trabalhos, se estabelece um equilíbrio entre o teor de água das alvenarias das paredes e o do ar que as rodeia.

Humidade por infiltração da chuva:
Nas construções antigas, especialmente nas que estiverem em avançado estado de degradação, pode-se dizer que existe sempre humidade presente nas alvenarias, proveniente das infiltrações de chuva.
· A água meteórica penetra horizontalmente nas paredes, graças à pressão do vento e à capilaridade dos materiais. O vento empurra mesmo a chuva para o contacto com as paredes, mas a penetração desta é principalmente consequente da absorção por capilaridade, respectiva às características próprias dos materiais. Esta penetração pode acontecer através dos telhados, quase sempre deformados nas suas pendentes em consequência da ruína e da degradação da estrutura em madeira.

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